O
elevado número de candidatos que concorrem à presidência do PT
reflete as históricas divisões internas do Partido dos
Trabalhadores. As divergências ficam ainda mais acentuadas quando
vistas à luz das diversas correntes internas da sigla.
Elas se dividem por orientação política, desde
as mais radicais de esquerda até as que defendem a aproximação com
partidos de direita, ou por regiões, que incluem as menos
expressivas em estados ou municípios, além das que têm abrangência
nacional.
Confira abaixo as principais
tendências do PT:
Construindo um Novo Brasil: é o antigo Campo
Majoritário, que liderou o partido por muitos anos. Ao grupo é
atribuída a ampliação das alianças políticas que conduziram o
presidente Lula à presidência da República nas eleições de 2002.
Apontada como uma das responsáveis pela crise do mensalão, a
tendência perdeu força com a queda de importantes líderes,
sobretudo o ex-ministro José Dirceu. Mudou de nome para tentar
recuperar a imagem de unidade e tem como candidato à presidência do
partido o deputado Ricardo Berzoini, que tenta a reeleição.
Movimento PT: ligada a importantes nomes do
partido, como Marta Suplicy, Maria do Rosário, Geraldo Magela e
Arlindo Chinaglia. Tem o apoio de outras tendências, como “Novos
rumos para o PT” e “PT de Lutas e de Massa”, do grupo de Marta
em São Paulo. Tem Jilmar Tatto como candidato à presidência do
partido.
Democracia Socialista: nas
eleições internas, está ligada à chapa Mensagem ao Partido,
criado pelo ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont. Apóia o deputado
José Eduardo Cardozo para a presidência da legenda. Tem base no Rio
Grande do Sul e conta com aceitação entre os intelectuais
paulistas, como Marilena Chauí.
O
Trabalho: tendência com orientação trotskista e pouca
representatividade no PT (tem apenas dois representantes no diretório
nacional), acabou dividida para a eleição 2007. Seus dois
principais líderes, José Carlos Miranda e Markus Sokol, tiveram
divergências e seguiram caminhos diferentes para a disputa interna.
Os dois disputam a presidência do partido. .
Articulação de Esquerda: lançou Valter
Pomar como candidato à presidência do PT e está presente em São
Paulo, Santa Catarina, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Sul. Recebe
apoio de deputados federais como Iran Barbosa e Iriny Lopes, além do
ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin. Foi criada no
começo da década de 90 como dissidência do Campo Majoritário.
PT
Militante e Socialista: grupo de Mato Grosso ligado a tendências
menores e mais moderadas de esquerda. Apóia Gilney Viana na disputa
interna e se apresenta com um discurso de socialismo ambiental e
desenvolvimento sustentável.